Avaliação

Transporte rural completa dois meses de uso

Catracas registraram uma média de 55,9 mil passageiros por mês, 15 mil a mais que o previsto pelo Executivo

Paulo Rossi -

Foram 111,8 mil passagens foram registradas nas catracas nos primeiros dois meses de operação do novo transporte coletivo rural. Com a redução da tarifa para o mesmo valor das passagens urbanas, de R$ 3,70, aumentou o número de usuários, inicialmente estimado em 40 mil mensais. Pelos dados apresentados pela Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), a média ficou em 55,9 mil passageiros por mês. O novo modelo entrou em vigor no dia 1º de maio, depois de um longo processo licitatório até chegar ao contrato assinado em novembro de 2018 com a empresa Santa Cruz.

A avaliação positiva sobre o preço das passagens é praticamente consenso entre os moradores e usuários do serviço. No entanto, alguns detalhes ainda incomodam moradores da zona rural. Alguns relatam dificuldades para passar na catraca e outros reclamam do preço cobrado para carregar bagagens. Caso um morador da colônia deseje transportar um saco com 20 quilos de sementes, por exemplo, deve pagar R$ 7,32.

Passagem extra e catraca
"Rancho não tem mais como fazer. Como faz o pessoal que não tem carro? Melhorou com o valor da passagem, mas ainda pode melhorar outras coisas", comenta o morador do Bachini, Jader Martins. Outra reclamação do morador é não poder esperar dentro do ônibus no ponto de partida do Centro. As portas são abertas minutos antes da partida. Com a diminuição do valor da passagem e o aumento de passageiros, os usuários precisam chegar cedo na parada para conseguir lugar para sentar. "É ruim porque fica mãe com filho pequeno, idoso no tempo. Nem se está chovendo deixam esperar dentro", relata Martins.

Maria Helena Gouveia aguardava numa parada na Colônia Maciel o ônibus das 11h30min na manhã da última quarta-feira. Precisava estar à tarde no Centro e temia perder o horário. O próximo viria uma hora depois e normalmente cheio. "Aumentou o número de passageiros", constatou.

Na Casa Grupelli, ponto de partida da linha, o comentário também é o aumento do número de usuários. "O valor melhorou muito. Antes a gente pagava R$ 14,60. Com uma passagem antiga a gente quase faz quatro viagens ao Centro", afirmou João Renato Santana, morador do Rincão da Cruz. Conforme Santana, alguns usuários enfrentam problemas para passar na catraca, principalmente pessoas grandes e obesas.

Controle absoluto
Hoje a SMTT possui controle total sobre o número de passageiros, itinerários em tempo real, além de imagens que podem ser solicitadas de dentro dos coletivos. O secretário Flávio Al Alam explica que antes, a média era de 32 mil passageiros por mês. "Muita gente duvidava que a gente conseguiria colocar em prática. Passados os dois meses, a gente vê nossos objetivos se confirmando", afirma. 

Sobre os problemas relatados pelos usuários, Flávio diz que o sistema não é voltado para o transporte de carga, justificando a cobrança da passagem extra. A respeito da catraca, o secretário informa que existe uma orientação de técnicos da pasta sobre isso. "A catraca pode ser movimentada para facilitar a passagem quando há dificuldade", afirma a agente de trânsito Érica, uma das responsáveis pela sala de monitoramento do transporte coletivo de Pelotas.

Em monitores, os técnicos acompanham os trajetos, informados em tempo real através do sistema de GPS. Caso um ônibus se atrase, a linha, traçada em um mapa, altera a cor como um alerta. "Caso haja um problema, a gente consegue solicitar as imagens do momento para conferir. Hoje temos um controle absoluto sobre todo o sistema urbano e rural", afirma Al Alam. O secretário ainda pediu à população que faça seus cartões para facilitar ainda mais o uso dos coletivos. Os cartões podem ser feitos na rua General Osório, 866, junto ao restaurante Vitória.

O sistema
Ao todo são 16 coletivos com bilhetagem eletrônica, sistema de vídeo monitoramento e GPS. Os veículos poderão ter idade máxima de 20 anos. Cada coletivo tem 44 lugares. Os cartões rurais não possuem integração com os urbanos. Ao todo, as passagens têm um custo de R$ 7,32 que são divididos entre o usuário (R$ 3,70) e o subsídio (R$ 3,62) pago pela prefeitura.

Números dos primeiros dois meses
Maio
49,5 mil pagantes
9,8 mil não pagantes
Total: 59,3 mil

Junho
44,1 pagantes
8,4 mil não pagantes
Total: 52,5 mil

* As linhas e horários podem ser consultados no site https://www.empresasantacruz.com.br/.

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